sexta-feira, 26 de julho de 2013

Elsimar Coutinho diz que menstruação é antinatural e apenas "uma sangria inútil"

Dr. Elsimar Coutinho
Aumenta o número de mulheres jovens que fazem uso de contraceptivos de longa duração, não só para evitar gravidez como sangramento menstrual e cólicas indesejáveis. Para o renomado cientista Elsimar Coutinho, autor do livro “Menstruação – A Sangria Inútil” (Editora Gente), que desenvolveu um anticoncepcional injetável (AMP), há mais de 30 anos com grande sucesso, o sangramento menstrual não é bom para as mulheres, pois é o principal responsável por doenças como a endometriose, câncer, anemia e diversos problemas causados pela Tensão Pré-Menstrual (TPM).
Coutinho que fundou o Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana (Ceparh), Salvador, em setembro de 1984, estuda métodos de supressão da menstruação desde a década de 60, no entanto, só a partir de 1996 suas teses ganharam repercussão, ano em que seu livro foi lançado nos Estados Unidos e na Europa. Atualmente, além de clinicar em diversas cidades, o médico dirige o Ceparh, é membro de mais de 20 entidades de pesquisas médicas no Brasil e no exterior e conselheiro da Organização Mundial da Saúde.
De acordo com o cientista, o AMP é um anticoncepcional injetável que teria o mesmo efeito da contracepção cirúrgica. Trata-se de uma injeção intramuscular aplicada no braço para que a mulher fique sem menstruar por pelo menos seis meses. “O líquido injetado é um progestínio, que funciona como se a mulher ficasse grávida sem ter o filho”, explica Coutinho.
O cientista argumenta que a menstruação é coisa da modernidade quando foi criado o casamento e as pessoas constituíram família. “Não existia isto no passado, foi só depois que o homem inventou a família formada por mulher e um ou dois filhos. As mulheres tinham filhos de dois em dois anos e enquanto amamentavam não menstruavam. Imagine uma mulher com dez filhos ficava anos sem menstruar”, afirmou.
O especialista derruba todos os mitos em torno da menstruação: “Primeiro mito é de que a menstruação é natural. O segundo é de que ela é boa para a saúde, o que não é verdade. Pelo menos em metade das mulheres ela provoca doenças como anemia, endometriose neumatoide e aumenta o risco de câncer. Por último, existe o mito de que a menstruação não pode ser evitada, mas já estamos acabando com isso. Há também crendices de que durante a menstruação a mulher não pode lavar a cabeça ou tomar sorvete. Infelizmente ainda tem gente que acredita, o que é muita ingenuidade”, pontua.
Sobre a idade adequada para as mulheres fazerem uso desta medicação, o médico disse que até meninas antes de menstruarem pela primeira vez os pais podem autorizar o uso da injeção. Ele explica que cada vez mais as meninas estão menstruando cedo demais, sem maturidade suficiente para enfrentar os dias de sangramento.
O cientista é enfático em afirmar que não há perigo nenhum para a saúde feminina, como alardeiam médicos contrários à interrupção da menstruação. E cita um dos fundamentos do juramento de Hipócrates: “em primeiro lugar não fazer mal...”. Coutinho garante que no momento que a mulher quiser interromper o tratamento para conceber pode engravidar normalmente. “Basta parar de tomar a medicação para ovular e engravidar sem nenhum problema”.
Em relação à contraindicação, segundo o médico, só há uma para a supressão da menstruação: a existência de uma doença hereditária chamada hemocromatose (excesso de sangue). “Neste caso, se a mulher parar de menstruar terá de fazer sangrias regulares”, explicou.
Implante subcultâneo é considerado prático
Para o cientista, o implante é o mais prático e o que tem menos efeitos colaterais. “Os implantes, em geral, oferecem à mulher exatamente o que ela precisa, de acordo com suas condições de saúde e hábitos sexuais, impedindo a gravidez com efeitos mínimos. Um implante que se chama Elmetrin, aprovado pelo Ministério da Saúde, pode ser usado até na lactação, pois funciona como anticoncepcional. Ele é eliminado pelo leite, mas não faz mal à criança. O efeito colateral é não menstruar, um efeito esperado pela mulher que o adota”, sintetiza.
O médico também cita outros medicamentos como um anticoncepcional trimestral, lançado nos Estados Unidos, e explica a diferença dele em relação aos demais. “Já existe no mercado brasileiro um medicamento chamado Lovelle, que é de uso vaginal contínuo para não menstruar, durante vários meses ou o ano inteiro, por exemplo. Esse produto tem a mesma composição do que está sendo lançado nos Estados Unidos com o nome de Sazonale. Ele é usado a cada estação, por isso a mulher só menstrua quatro vezes por ano. O Sazonale ainda não está disponível no Brasil, mas qualquer outro anticoncepcional eficiente pode ter o mesmo efeito se usado sem interrupção. Mas adverte que a medicação só pode ser administrada por especialistas: endocrinologista ou ginecologista. Tribuna da Bahia
Por Mídia Reconcavo

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