O Governo grego garantiu mais 6,8 mil milhões de
euros de financiamento, mas está obrigado a concretizar a medida que
prevê uma maior redução do número de funcionários públicos
A Grécia convenceu a Europa a
disponibilizar mais financiamento, mas não sem antes se comprometer a
implementar as reformas que, até agora, não conseguiu fazer. Os
ministros das finanças da Zona Euro aprovaram a transferência até
Outubro de 6,8 mil milhões de euros, mas mantêm a pressão sobre Atenas.
"O Eurogrupo nota com satisfação que o programa está a ser cumprido. A Grécia fez progressos na implementação das reformas estruturais e orçamentais", refere o comunicado do Eurogrupo. A reunião desfez um impasse que durava há várias semanas entre o Executivo grego e a troika. O acordo prevê o pagamento de 2,5 mil milhões de euros em Julho, por parte da Zona Euro e outros 500 milhões em Outubro. Do FMI virão mais 1,8 mil milhões em Agosto. Por último, a Grécia receberá ainda dois mil milhões do BCE e outros bancos centrais, provenientes de lucros realizados com obrigações gregas.
"O caminho para a Grécia continuará a ser difícil. Eu teria cuidadoso com ilusões", afirmou Wolfgang Schauble, ministro das Finanças alemão. "Estamos longe de todos os problemas estarem resolvidos."
De facto, apesar de as palavras oficiais serem elogiosas e de o dinheiro estar prometido, o acordo foi difícil de alcançar e não está isento de contrapartidas. A transferência das tranches continua dependente da capacidade da coligação liderada por Antonis Samaras executar até dia 19 de Julho as reformas estruturais com que se comprometeu, muitas das quais envolvem cortes duros na despesa.
As medidas mais polémicas dizem respeito à colocação de 25 mil funcionários públicos num esquema de mobilidade – semelhante ao português –, em que, ao fim de um ano, ou arranjam um novo trabalho ou são despedidos. Ontem, cinco mil gregos foram para as ruas manifestar-se contra esta proposta, numa altura em que a taxa de desemprego ultrapassa os 27%. Recorde-se que a última tentativa de redução do número de funcionários públicos envolveu o encerramento da televisão pública grega ERT, resultando numa enorme onda de protestos.
A crise grega tem sido marcada por equilíbrios difíceis de gerir. Por um lado, tem sido cada vez mais difícil para o Executivo cumprir as medidas impostas pela troika sem alienar por completo uma população marcada por quatro anos de austeridade. Ao mesmo tempo, os governos europeus, e em especial Berlim, tentam evitar que a Grécia entre em incumprimento e abandone o euro, sem querer comprometer mais dinheiro dos contribuintes dos seus países. Algo especialmente importante para a Alemanha, que tem eleições marcadas para Setembro
"O Eurogrupo nota com satisfação que o programa está a ser cumprido. A Grécia fez progressos na implementação das reformas estruturais e orçamentais", refere o comunicado do Eurogrupo. A reunião desfez um impasse que durava há várias semanas entre o Executivo grego e a troika. O acordo prevê o pagamento de 2,5 mil milhões de euros em Julho, por parte da Zona Euro e outros 500 milhões em Outubro. Do FMI virão mais 1,8 mil milhões em Agosto. Por último, a Grécia receberá ainda dois mil milhões do BCE e outros bancos centrais, provenientes de lucros realizados com obrigações gregas.
"O caminho para a Grécia continuará a ser difícil. Eu teria cuidadoso com ilusões", afirmou Wolfgang Schauble, ministro das Finanças alemão. "Estamos longe de todos os problemas estarem resolvidos."
De facto, apesar de as palavras oficiais serem elogiosas e de o dinheiro estar prometido, o acordo foi difícil de alcançar e não está isento de contrapartidas. A transferência das tranches continua dependente da capacidade da coligação liderada por Antonis Samaras executar até dia 19 de Julho as reformas estruturais com que se comprometeu, muitas das quais envolvem cortes duros na despesa.
As medidas mais polémicas dizem respeito à colocação de 25 mil funcionários públicos num esquema de mobilidade – semelhante ao português –, em que, ao fim de um ano, ou arranjam um novo trabalho ou são despedidos. Ontem, cinco mil gregos foram para as ruas manifestar-se contra esta proposta, numa altura em que a taxa de desemprego ultrapassa os 27%. Recorde-se que a última tentativa de redução do número de funcionários públicos envolveu o encerramento da televisão pública grega ERT, resultando numa enorme onda de protestos.
A crise grega tem sido marcada por equilíbrios difíceis de gerir. Por um lado, tem sido cada vez mais difícil para o Executivo cumprir as medidas impostas pela troika sem alienar por completo uma população marcada por quatro anos de austeridade. Ao mesmo tempo, os governos europeus, e em especial Berlim, tentam evitar que a Grécia entre em incumprimento e abandone o euro, sem querer comprometer mais dinheiro dos contribuintes dos seus países. Algo especialmente importante para a Alemanha, que tem eleições marcadas para Setembro
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