Parece que os brasileiros, a partir dos caras pintadas de agora,
começaram a despertar de um sono que durou mais de 20 anos, no tempo do
“Fora, Collor!”; só que no meu modo de entender o primeiro item da pauta
dos jovens deveria ser combate à corrupção e depois os demais itens,
uma vez que essa doença ajuda a desencadear as demais; de qualquer
maneira está valendo!
Sou a favor de quaisquer protestos destinados a defender o interesse
público, desde que realizados, civilizadamente, levando em conta, em
primeiro lugar, o interesse da coletividade em geral e o respeito ao
patrimônio alheio; vandalismo, não, porque, na maioria das vezes causa
prejuízo ao próprio cidadão.
Podem ser citados aqui alguns exemplos de prejuízos que advêm do
vandalismo, da selvageria: ônibus depredados e incendiados só contribuem
para diminuir o número de veículos transportando passageiros, piorando,
assim, a qualidade desses serviços; se viaturas policiais, viaturas do
Corpo de Bombeiros e ambulâncias médicas são danificadas, de novo é a
população que vai pagar por isso no sentido genérico, porque o dinheiro
dos impostos estará indo para o ralo e a população é que vai sofrer as
conseqüências de novo.
O que se espera como resultado de protestos como os que estão
pipocando Brasil afora – São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia,
Brasília, Vitória, Belo Horizonte, e outros grandes centros urbanos – é
despertamento da consciência não só dos estudantes, dos beneficiários do
Bolsa Família e de outros setores da sociedade, mas, principalmente,
dos governantes, dos legisladores, dos magistrados e dos empresários em
geral – e mais ainda dos empresários do segmento de transporte de
passageiros – contra a corrupção desenfreada e os lucros abusivos, fatos
que têm encolerizado grande parte da opinião pública deste país.
Sei que é querer muito, que protestos como os que estão acontecendo
nestes últimos dias sejam realizados de modo civilizado, pacífico,
quando as medidas do povo contra a corrupção estão transbordando, mas
ainda assim vale sugerir que a coisa seja realizada sem excessos, para o
bem de todos; sem excessos para evitar que manifestantes e policiais
saem literalmente feridos, como tem acontecido nas capitais brasileiras.
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