A juíza Glauciane Chaves de Melo, da Comarca de Alto Taquari (350 km de
Cuiabá), foi morta a tiros na manhã desta sexta-feira (7). O principal
suspeito é seu ex-marido, Evanderly de Oliveira Glauciane.
Glauciane foi atingida com três tiros na cabeça, em seu gabinete, no
próprio fórum do município. O governo do Estado determinou ação do Bope
de Cuiabá para prender o suspeito. A magistrada era natural de Belo
Horizonte e havia assumido o cargo em Mato Grosso havia um ano.
O contrato de união estável firmado entre o casal foi dissolvido em 21
de janeiro de 2013, mas Glauciane e Lima estavam separados desde 10 de
dezembro de 2012. O casal não tinha filhos.
O presidente do TJMT, Orlando Perri, e o juiz auxiliar da presidência,
Luiz Octávio Sabóia, viajam no início desta tarde para Alto Taquari. A
Coordenadoria Militar confirmou o envio de uma equipe do Bope para
ajudar nas buscas.
Também entrou em contato com o Comando Militar da região do Araguaia
para auxiliar as diligências. Foi solicitado ainda o bloqueio das
estradas que dão acesso aos Estados de Mato Grosso do Sul e Goiás, com
apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O juiz diretor da Comarca de Alto Araguia, Carlos Augusto Ferrari, foi acionado pelo TJMT para dar apoio e suporte às equipes.
A vítima
A magistrada Glauciane Chaves de Melo morava em Belo Horizonte (MG) até
tomar posse como juíza em Mato Grosso, em 15 de junho de 2012. A
entrada em exercício no cargo ocorreu no dia 18. Classificada em 20º
lugar no concurso público, ela escolheu a Comarca de Alto Taquari para
atuar.
Na ocasião da escolha, a magistrada informou que fez a escolha levando
em consideração, além da indicação de amigos, algumas informações sobre a
comarca, que ela considerava estar em franco desenvolvimento e, apesar
disso, ser uma comarca tranqüila, com um bom número de servidores.
Na data da posse, Glauciane ainda era casada. Na capital mineira, ela
atuou como advogada, e, nos últimos anos, trabalhou como assessora de um
magistrado.
Repercussão
A AMB (Associação de Magistrados do Brasil) divulgou nota na tarde
desta sexta-feira, em que lamenta a morte da juíza. Segundo a nota, "o
juiz José Arimatéa Neves Costa, diretor-adjunto da Secretaria de Defesa
de Direitos e Prerrogativas da AMB, está representando a associação no
local e acompanhando o desdobramento do caso".
Assina o presidente em exercício da AMB, Raduan Miguel Filho.
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