O comandante-geral da Polícia Militar de São
Paulo, Benedito Roberto Meira, sugeriu aos representantes do Movimento
Passe Livre (MPL) que incluíssem na pauta de protestos pedido de prisão
dos condenados do processo de Mensalão, segundo relato ao iG
de dois participantes da reunião.
Segundo participantes da reunião, Meira teria
dito que foi um erro da polícia (ação da Tropa de Choque), que é a favor
das manifestações não só pelas passagens, mas que tem muita coisa
errada, como os mensaleiros. Ainda conforme os relatos, os representates
do MPL, ignoraram a sugestão do coronel, que foi interpretada como uma
tentativa de politizar a manifestação.
Por volta das 14h50, o iG foi procurado pela Secretaria
de Segurança Pública (SSP) para dar esclarecimentos. Segundo o órgão,
Meira falou: "Eu não estou aqui para discutir o mérito da manifestação.
Gostaria que vocês fizessem outras manifestações como, por exemplo,
contra a impunidade e pela prisão dos mensaleiros". Ele fez a afirmação
como cidadão, segundo a SSP, a fala pessoal não reflete a posição do
governo do Estado.
"Ele queria demarcar uma posição", explicou
Mayara Vivian uma das representantes do MPL, que também participou do
encontro. Manifestantes rejeitaram também todos os pedidos feitos pelo
secretário de Segurança Pública do Estado, Fernando Grella.
O secretário abriu a reunião em tom
amistoso, reiterando a proibição de uso de balas de borracha durante o
protesto e em seguida fez alguns apelos. "Ninguém aqui vai fazer nenhuma
imposição, são apenas sugestões", disse o secretário segundo os
participantes do encontro.
Em seguida, pediu que o trajeto fosse
informado às autoridades, o que foi recusado pelos manifestantes. Eles
disseram que vão informar o percurso momentos antes do ato. Depois, o
secretário pediu que os manifestantes orientassem os integrantes do
movimento a usar camisas brancas, para que a polícia pudesse identificar
mais facilmente quem estava participando.
Grella também sugeriu que fosse proibido o uso de
máscaras. Ambos os pedidos foram categoricamente recusados pelos
manifestantes do MPL. Além da cúpula da segurança no Estado de São Paulo
e das lideranças do MPL, participaram da reunião integrantes de outros
movimentos sociais como a Central de Movimentos Populares (CMP),
Resistência Urbana, Pastoral dos Povos da Rua, Educafro.
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