terça-feira, 14 de maio de 2013

'Me sinto mais mulher', diz gaúcha que tirou mamas por risco de câncer


  Quando viu a notícia envolvendo a atriz Angelina Jolie, que declarou ter passado por uma dupla mastectomia preventiva em artigo publicado nesta terça-feira (14) no jornal americano “The New York Times”, a representante comercial Giovana Salvaterra, de Porto Alegre, percebeu que poderia ajudar outras mulheres que sofrem ou têm chance de sofrer com câncer de mama.
A doença tirou a vida de sua avó, das tias e da mãe, um histórico familiar que motivou Giovana, de 32 anos, a retirar as duas mamas, no ano passado. Uma decisão difícil, mas absolutamente necessária, segundo ela. “Não queria que meu pai também visse a filha passando por isso”, relata.
Poucas pessoas conheciam a história de Giovana até hoje. O receio de contar, no entanto, não supera o medo que ela sentiu quando descobriu que tinha 87% de chances de desenvolver câncer de mama. Apesar de ter a mesma mutação genética que Jolie, ela explica que o gene atingido foi o BRCA2. No caso da atriz, o gene atingido foi o BRCA1. Desde o diagnóstico, em 2004, até a decisão de optar pela cirurgia foram oito longos anos de incertezas e muita reflexão. “Fiz questão de procurar um acompanhamento psicológico. Tive muita dificuldade de lidar com a situação. Sou solteira, não tenho filhos e se eu realmente tomasse essa decisão eu não poderia amamentar no futuro. Foi um tempo de bastante reflexão”, conta.

"Hoje me sinto muito mais feliz por isso. Não me sinto menos mulher"
Giovana Salvaterra

Depois que decidiu pela prevenção, Giovana fez a retirada total de duas mamas. A primeira cirurgia foi em janeiro de 2012. “Na ocasião, muitas pessoas disseram que eu era uma mulher muito corajosa. É uma decisão difícil, de fato. Mas eu presenciei o sofrimento de muitas pessoas próximas, familiares, inclusive minha própria mãe. Foi isso que me motivou. Optei por uma vida tranquila, sem problemas. Hoje, a probabilidade de desenvolver a doença é menor do que em uma mulher normal, sem histórico”, diz.
Em abril do ano passado, Giovana fez a reconstrução das mamas. “Coloquei uma prótese anatômica. Ela fica atrás do músculo e é um pouco diferente do silicone normal. A recomendação é para que se troque ela de 12 em 12 anos”, explica. “Hoje me sinto diferente, com mais vontade de viver, amo muito mais a vida hoje. A sensação é de que retirei toneladas de cima de mim”, revela.

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