O veredicto dos jurados sobre o casal Nardoni poderá ser conhecido nesta sexta-feira (26) após quase dois anos da morte da menina Isabella, em março de 2008. Essa é a expectativa após uma semana de depoimentos de testemunhas e interrogatório dos réus.
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Hoje, a acusação e defesa iniciam o tão esperado debate. Cada um terá duas horas e meia para as apresentações a fim de convencer os jurados da culpa ou inocência do casal da morte de Isabella. Em seguida, a acusação terá uma hora e meia de réplica e mais uma hora de tréplica para a defesa. Depois o júri decide e se houver condenação, juiz profere a sentença, com o tempo de prisão. Com a absolvição, eles estarão livres.
Alexandre Nardoni e Anna Jatobá mataram a menina Isabella? Participe
Interrogatório dos acusados
No quarto dia de julgamento, na quinta-feira (25), os acusados Alexandre Nradoni e Anna Carolina Jatobá prestaram depoimento. Alexandre foi o primeiro a falar. Ele chorou e negou o crime. Nardoni disse ainda que a mãe queria fazer aborto quando soube da gravidez. “Foi o pior dia da minha vida. Eu perdi tudo de mais valioso. Perdi a noção do que estava acontecendo.”
Ele disse ainda que a polícia sugeriu que ele assumisse o crime durante as investigações. Nardoni se disse “indignado”, porque, para ele, isso demonstrou que a “a polícia não queria descobrir” o que de fato ocorreu no edifício London, onde Isabella morreu.
Anna Carolina Jatobá começou a depor em seguida. Mais nervosa do que Alexandre, ela já entrou chorando no plenário e chegou a ser advertida pelo juiz para que falasse mais devagar. Bastante emocionada durante o seu depoimento, a madrasta de Isabella continuou chorando em vários momentos diante do júri. Para várias perguntas feitas a ela pela acusação, Jatobá repetiu uma resposta padrão: “Não me recordo”. Admitiu ter 'inventado' e 'aumentado' alguns fatos à polícia em depoimento na época da morte da gartoa.
Questionada pelo promotor Francisco Cembranelli sobre o fato de não ter mencionado em seu primeiro depoimento à polícia que havia perdido a chave do apartamento, ela afirmou que não falou sobre isso porque estava nervosa e porque “esqueceu”. Por diversas vezes, o promotor apontou contradições entre o primeiro e o segundo depoimentos dados por ela à polícia na época da morte de Isabella. Anna Jatobá também afirmou que não é uma pessoa violenta. “Eu nunca bati em ninguém. Nunca fui violenta.” Ela contou que antes de o filho mais velho nascer, ela e Alexandre brigavam muito. “Depois de ter meu filho, amadureci”, contou.
No depoimento, ela se referiu à mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, como “Carol”. Mas também afirmou que a mãe da menina vivia a “infernizando”. Além disso, ela negou que houvesse uma fralda no carro do casal. “Queria deixar uma coisa bem clara: não tinha fralda nenhuma no carro. A bolsa dos meninos estava no porta-malas do carro', afirmou. Questionada sobre o fato de não ter imediatamente ligado para a polícia, deu resposta similar à de Alexandre. “É de praxe tudo o que acontece eu e o Alexandre ligarmos para nossos pais. Na hora do desespero, a única coisa que pensamos foi ligar para nossos pais”, disse. E completou: “Quando a gente desceu, disseram que já tinham chamado o resgate”.
Antes de encerrar seu interrogatório, Anna Carolina Jatobá disse que até hoje não sabe o que ocorreu no dia da morte de Isabella. “É um mistério para o mundo inteiro e para mim também. Eu me pergunto todos os dias o que aconteceu”, afirmou a madrasta da menina, desatando a chorar logo depois.
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