Eles anunciam curas milagrosas para tudo e para todos. Será que não basta, para agredir a saúde do povo, a insistência com que balconistas de farmácias agem visando vender quase todos os medicamentos sem a indispensável receita médica?
Nas bulas estão advertências, quase sempre mais de uma vez, de que qualquer remédio deve ser vendido após consulta ao médico.
A química é diabólica e a mesma droga que cura pode matar. Alterações nas dosagens também devem ser feitas após a volta do paciente ao médico.
Nas feiras livres é possível encontrar vendedores de toda sorte de beberagens, indicadas para qualquer doença. A população paga caro pela manutenção das faculdades de Medicina e se a ida ao médico é desnecessária que se fechem as portas de tais escolas.
Ao final de cada anúncio nos canais abertos de televisão aparece um aviso que revela a inversão de valores em que vive a sociedade brasileira: "Caso os sintomas persistam, procure o médico". Ora, rezam conselhos seculares que o médico deve sim, ser procurado, antes do paciente ingerir qualquer porcaria que pelo tom irresponsável de cura para tudo, só falta mesmo indicar que produz a imortalidade. Mas, convenhamos, imortais só existem mesmo nas academias de letras.
Antes da ciência médica evoluir, os tratamentos eram feitos pelos pajés das tribos. Com todo o respeito à cura que nossos antepassados produziam, porque ainda não havia a Medicina evoluído, hoje a sociedade mudou e continuará em mutação, enquanto o atraso da população a leva a auto-medicação e se deixar enganar por charlatães.
O lema de tais anúncios na televisão, para ser verdadeiro, deveria ser: "Caso os sintomas persistam, procure a funerária"
Com a palavra o conselho de regulamentação publicitária e as entidades dos médicos a fim de evitar que a população continue a ser ludibriada.
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