quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Criança desaparecida

A falta de uma explicação aparente, como desentendimento familiar ou até o desejo nunca antes declarado de querer mudar de vida, aumenta o sofrimento de pessoas que não encontram explicações para o desaparecimento repentino de filhos, amigos, irmãos, pais e tantos outros que, diariamente, perdem a identidade e passam a ser chamados de “casos” nas delegacias de polícia. Se, em se tratando de adultos os questionamentos parecem cada vez mais longe de uma resposta, quando envolvem crianças a interrogação é ainda mais inquietante.

Por quê? Indaga Girlane Muniz de Deus, recordando os acontecimentos do distante dia 25 de julho de 2001, mas tão vivo em sua memória, que guarda os mínimos detalhes. Naquela data, sua filha Josiane Muniz de Jesus, prestes a completar nove anos dois dias depois, saiu às 8h30 de casa para tomar aula particular na mesma rua em que residida, à Avenida Presidente Médici, Caminho 5, Águas Claras. Às 11 horas, horário em que a menina costumava voltar, Girlene estranhou a demora.

“Depois, eu soube que ela nem chegou a ir à banca e foi vista em outra rua”, conta, inconformada e intrigada, já que a sua filha fazia esse roteiro diariamente e ia sozinha em razão da proximidade dos endereços. “Da minha porta, eu vejo a casa onde ela ia estudar”, explica. A partir daí, seguiu o mesmo caminho que as pessoas geralmente fazem em situações como esta. Procurou em hospitais, Instituto Médico Legal, Juizado de Menor, Conselho Tutelar, Polínter, imprensa, numa busca que permanece até hoje. “E eu não vou desistir”, afirma.

Ao mesmo tempo, visitou casas de parentes e amigos na expectativa de alguma informação. Inquieta, seguiu pistas que a levaram a várias cidades da Bahia, sendo Itacaré a mais recente. “É um mistério o que aconteceu”, diz, emocionada e consumida pela saudade da única filha, agora uma adolescente com 1 7 anos de idade. Girlene, a exemplo de várias outras mães, passa por cima da dor e demonstra coragem incomum pelo sonho de rever Josiane. “Sei que vou encontrar a minha filha”, afirma convicta.


Qualquer pista sobre desaparecidos pode ser comunicada à Polinter, telefone (71) 3116-6573 e Movimento Simone Pinho (71) 3345-6578. Contatos podem ser feitos também através dos

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