quarta-feira, 9 de junho de 2010

Copa sem camisinha

No Mundial bancado pela cerveja e a junk food _e no país onde a prevalência do HIV varia de 15% da população a 39% em algumas províncias _, não há espaço para o marketing da camisinha.

ONGs que combatem a Aids na África do Sul denunciaram hoje que a Fifa proibiu a distribuição gratuita de informações de saúde e preservativos nos estádios e eventos do Mundial, informa a agência de notícias Associated Press (AP).
De acordo com a AP, uma aliança de dez organizações disse que não houve autorização da federação para que instalassem pequenos centros de atendimento para prevenção, enquanto os patrocinadores foram autorizados a vender álcool aos torcedores _sim, é uma festa, mas cerveja em excesso combina com comportamentos de risco, como transar sem preservativo.

O porta-voz do grupo de ONGs, Mark Heywood, disse que a organização do Mundial perdeu a chance histórica de proporcionar informação e proteção a milhões de pessoas de todas as partes do mundo.

Aqui no Brasil, distribuir camisinhas ainda é tabu também. Houve e ainda há resistência à instalação de máquinas de camisinhas em escolas, por exemplo. Recentemente faculdades que acolheram um programa para discutir Aids e mídia com estudantes de jornalismo proibiram a entrega de preservativos aos alunos.

Por outro lado, o marketing governamental e das ONGs sobre camisinhas ainda é tímido, restrito à datas como o Carnaval e pouco se fala e discute sobre como tornar mais divertido seu uso _hoje há preservativos de e para todos os gostos e tamanhos, com diferentes cores e texturas e direito a géis e outros acessórios que podem deixar seu uso muito mais fácil.

Em tempo: na sua resposta, a Fifa disse ter encorajado governos locais a instalar serviços de orientação sobre saúde para torcedores Mundial. E prometeu espalhar mensagens para que todos usem preservativos. Mas nada de camisinha acessível na porta dos estádios, antes das comemorações ou da hora de afogar as mágoas.

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