quinta-feira, 1 de abril de 2010

Pais recorrem à Justiça para garantir internação no MA

WILSON LIMA - Agência Estado

Apesar da repercussão negativa da morte de uma criança de oito anos no sábado por falta de UTI pediátrica na cidade de Imperatriz, a 636 quilômetros de São Luís (MA), pais de crianças e adolescentes ainda precisam recorrer à Justiça para conseguir esse direito. Somente nos dois primeiros dias dessa semana, a promotoria da Infância e da Juventude de Imperatriz foi obrigada a ingressar com quatro medidas cautelares contra o município e o Estado, para conseguir leitos de UTI pediátrica e neonatal às crianças da região.

De acordo com o promotor da Infância e Juventude, João Marcelo Trovão, esse número de pedidos judiciais por internações pode ser ainda maior porque não considera as ações impetradas nos plantões judiciários da cidade. "A Justiça virou porta de entrada dos hospitais", ressaltou o promotor. Nos últimos 15 meses, 60 crianças morreram no município por falta de leitos de UTI.

A falta de leitos de UTI em Imperatriz ensejou um pedido de ajuda do Ministério Público Estadual (MPE) ao Ministério da Saúde no caso. Ontem, quatro técnicos do Ministério foram encaminhados à Imperatriz para verificar o drama de dezenas de famílias na região.

Dessa visita, surgiram duas propostas que serão encaminhadas ao governo federal. A primeira é a implementação de dez Unidades de Terapia Intensiva emergenciais (cinco neonatais e cinco pediátricas) no município em um prazo de até seis dias. A segunda é a tentativa de viabilizar a construção de um hospital municipal na cidade.

Apesar de ter aproximadamente 250 mil habitantes, o hospital municipal de Imperatriz não funciona em sede própria. O prédio onde está instalado o hospital é alugado.

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