Bruno Wendel | Redação CORREIO | Foto: Gabriel Logan
Na véspera de completar um mês de morte da bancária Ananda Lima Barreto Assunção, 30 anos, o secretário da Segurança Pública, César Nunes, afirmou que a tesoureira da Caixa Econômica Federal (CEF) foi asfixiada na areia. O corpo de Ananda foi encontrado a poucos metros do Fiat Palio que conduzia, no dia 2 de março, nas dunas de Ipitanga. “O laudo mostrou que ela teve o rosto empurrado no areia”.
Capitão da PM Roberto de Melo Assunção na missa
de 30 dias de morte da esposa, na Igreja da Vitória
Ainda na quarta-feira (31), por volta das 19h, na Igreja da Vitória, uma missa foi celebrada em memória dela. A emoção tomou conta de parentes e amigos. Viúvo, o capitão da Polícia Militar Roberto de Melo Assunção, ajudante de ordens do governador Jaques Wagner, chegou abatido, sem falar com a imprensa. O tempo todo era consolado pela mãe e pela irmã. A maioria das pessoas usava uma camisa com a foto imprensa do rosto da bancária. Ninguém quis comentar sobre o crime.
Dois dias após o corpo de Ananda ser encontrado, o secretário determinou sigilo absoluto nas investigações. Ontem (31), durante o lançamento do Programa Ronda nos Bairros em Pau da Lima, ele voltou a falar sobre o crime, mas manteve a posição de que não há suspeito.
Nunes revelou que o laudo não constatou sinais de violência no corpo de Ananda. Outro detalhe importante divulgado pelo secretário é que, embora o celular e a carteira da vítima com dinheiro não tenham sido levados , a chave do Palio não foi encontrada na cena do crime pelos peritos do Departamento de Polícia Técnica (DPT). Esse fato causou estranheza ao secretário. “Por isso, não podemos descartar nenhuma hipótese, até mesmo a de um latrocínio”.
Entenda o caso da morte de Ananda
Nunes lembrou que Ananda, antes de sair mais cedo da agência da CEF de Lauro de Freitas, no dia 1º de março - ocasião em que desapareceu -, ela ligou para casa e procurou saber da emprega sobre o estado de saúde do filho, que estava doente. “Depois, ela sacou uma pequena quantia em dinheiro na própria agência e saiu”.
Para o secretário, a maior dificuldade em identificar o assassino é a falta de testemunhas. “Ninguém viu quando ela saiu. A agência não tem câmaras no estacionamento”. A delegada Andréa Ribeiro, titular da Homicídios, disse na segunda-feira que vai pedir ao Ministério Público Estadual (MPE) mais 30 dias para concluir o caso, já que o crime ainda não tem motivação e autoria definidas.
Ela revelou ainda que o estagiário da CEF de Lauro de Freitas que chegou a ser detido como suspeito foi liberado por falta de provas. Ele foi demitido da CEF, em fevereiro deste ano, após Ananda descobrir que havia um erro num formulário que estava sob sua responsabilidade. Mas o estagiário comprovou que, no dia no crime, estava em Castelo Branco, onde o pai mora, ajudando na reforma de um açougue da família. Em seguida, por volta das 21h30, foi para seu primeiro dia de aula na faculdade. “Ele trouxe como álibi parentes, amigos, colegas de sala e professores”, diz a delegada.
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