Quatro pessoas envolvidas no incêndio da Boate Kiss, em Santa
Maria (RS), estão presas em caráter temporário. Três delas foram detidas
na manhã desta segunda-feira, e o empresário Mauro Hoffman, um dos
proprietários da casa noturna, se entregou à polícia por volta das
14h30. Ele chegou à Delegacia de Polícia Regional da cidade acompanhado
por sua esposa e seu advogado.
As prisões aconteceram em cumprimento ao mandado de prisão temporária decretada pelo juiz Régis Adil Bertolini.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, também
foram presos Elissandro Callegaro Spohr, também proprietário da boate;
Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira,
que se apresentava no momento do acidente; e Luciano Augusto Bonilha
Leão, produtor do grupo. Uma prisão aconteceu na cidade de Cruz Alta e
outras duas em Mata.
Ao todo, 231 pessoas morreram no incêndio em uma das principais casas
noturnas da cidade, famosa por receber estudantes universitários.
Segundo a Defesa Civil, o fogo começou na espuma de isolamento acústico
quando um dos integrantes da banda que se apresentava acendeu um
sinalizador, que atingiu o teto.
Ao todo 82 pessoas permanecem internadas em hospitais em Santa Maria e
outras 39 foram transferidas para Porto Alegre. Segundo o ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, 20% dos feridos tiveram queimaduras
consideradas graves, que correspondem a mais de 30% do corpo. A maioria
sofreu intoxicação respiratória.
O secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, informou que o
plano de combate a incêndio da casa está vencido desde agosto de 2012.
Já a Polícia Civil afirmou que a casa estava com o alvará de
funcionamento vencido também desde o ano passado, mas estava em processo
de renovação.
Boatos de fuga
Segundo o delegado da 1ª Delegacia de Polícia (DP) do município,
Marcos Viana, os pedidos de prisão temporária foram decretados devido a
boatos de que essas pessoas poderiam deixar a cidade sem prestar
depoimentos à polícia.
“Em razão disso, concluímos pela necessidade de pedir a prisão
temporária, já que acreditamos que os depoimentos deles são necessários
para nos ajudar a esclarecer o episódio”, declarou o delegado.
“Temos muito trabalho pela frente para esclarecer o que de fato
aconteceu e identificar eventuais responsáveis”, acrescentou o delegado.
(Agência Brasil, Folhapress e Valor)
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