Notório mentiroso, que negou ter participado da violação do painel do Senado - e até chorou para, depois, reconhecer o delito e renunciar - o governador preso do Distrito Federal, José Roberto Arruda, agora quer empenhar a sua palavra para, em troca, ter a liberdade concedida pelo Supremo Tribunal Federal. Mas, que palavra Arruda, reconhecido mentiroso e suposto corrupto pode apostar? Ele quer deixar a prisão negociando com o STF de que não retornará ao cargo de governador até terminar o seu processo. Ora, Arruda não está preso porque é governador e, sim, por dificultar as apurações dos fatos e tentar corromper testemunhas. O Supremo torce o nariz. Deve julgar seu habeas corpus na próxima semana. É possível que continue preso. Se ele renunciar à condição de governador, uma nova prisão significa ir para o presídio de Papuda, o equivalente ao Carandiru, de São Paulo, já demolido. Lá, se encontram alguns assessores do seu governo envolvidos no processo. A situação do governador é dificílima. Ontem à noite, três advogados de defesa, renunciaram à causa de Arruda sem dizer a razão. Sabem, talvez, que é difícil, muito difícil, sustentar posições de um cliente tão complicado e tão desprezível. Além do mais, o Supremo também deverá apreciar o pedido da Procuradoria Geral da República que quer intervenção federal no Distrito Federal. Arruda ainda não pagou o preço que deve. Talvez seu lugar certo seja mesmo a Papuda para servir, se é que isto é possível, de exemplo para os políticos corruptos que infestam Brasília, e, de resto, as diversas unidades federativas brasileiras.
(Samuel Celestino)
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