sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Suplente do PPS assume para barrar reajuste da CIP

Em uma manobra surpresa na quinta-feira de manhã, o vereador Moisés Rossi (PPS) pediu licença do cargo para que o primeiro suplente do PPS, Paulo Sérgio Sassá, conhecido como Sassá do Posto, possa assumir o mandato e participar das duas sessões extraordinárias convocadas pelo prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) confirmadas para segunda-feira.

Como adiantou a coluna Bastidores ontem, Moisés irá viajar na próxima semana e desfalcaria a oposição na última reunião do ano, quando será votado o projeto que reajusta a CIP (Contribuição de Iluminação Pública).

Como é preciso minoria absoluta para rejeitar a matéria, Moisés preferiu se licenciar para garantir os seis votos necessários – caso os 16 vereadores compareçam à sessão.

A decisão de Moisés se ausentar por 30 dias para que Sassá pudesse tomar posse foi tomada pela cúpula do PPS logo no início da manhã. A confirmação veio logo após o presidente da Câmara, Pastor Luiz Barbosa (PTB), confirmar que as sessões extras ficariam mesmo para a próxima semana e não amanhã ou até domingo, como queria parte da bancada do governo e a oposição.


Manobra garante os seis votos
Apesar do desgaste de viajar na votação mais importante e polêmica do ano, Moisés Rossi optou pela licença para garantir à oposição o número mínimo de votos para rejeitar o reajuste da Contribuição de Iluminação Pública, paga todos os meses pelos contribuientes na conta de luz.

O imposto custeia parte do montante gasto pela prefeitura com a iluminação de ruas e praças públicas. O valor arrecadado, porém, não cobre a conta total. Segundo a prefeitura, faltam R$ 200 mil por mês, hoje tirado dos cofres públicos.

A conta feita ontem pelo PPS e por Moisés é simples: se todos os vereadores da situação votarem a favor do aumento, serão necessários seis votos para rejeitá-lo. Como o vereador do DEM, José Roberto Segalla (DEM), defende a proposta do prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB), sua falta poderia custar a derrota para a oposição – os três vereadores do PSDB e Chiara Ranieri (DEM) já anunciam que vão votar contra.

Por isso a presença de Sassá é tão importante. Além disso, a eminente derrotar do governo teria um valor simbólico, já que demonstraria força e união da oposição, as duas coisas que Rodrigo menos tem em sua bancada de apoio no Legislativo.


Sassá vai cumprir o combinado
Antes mesmo de tomar posse oficialmente como vereador, Sassá do Mary Dota confirmou ontem ao BOM DIA que vai manter a decisão do comando do PPS e votar contra o projeto da CIP. “Vou votar com o partido. A população não pode pagar por isso. Ninguém aguenta”, disse o novo vereador.

Para se precaver de qualquer problema, o PPS fechou questão contra o imposto da luz.

Sassá, 41 anos, debutou na política na eleição de 2008. Teve 1.022 votos, o que lhe garantiu a segunda suplência do PPS – a primeira é do próprio Moisés Rossi, que assumiu a cadeira após a morte do titular, Jurandyr Bueno Filho.

Ele é frentistal. A primeira vez na tribuna será usada para cobrar investimentos nos seus redutos eleitorais, o Beija Flor e Mary Dota.

“Ainda estou pensando, mas sei que vai dar nervoso na hora”, brinca.

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