Mais uma do PT.
Desde que fiquei órfã de partido, acompanho com tristeza a trajetória deprimente dessa legenda de passado tão glorioso. Meus botons embolorados na gaveta de bijuterias contam uma história de militância e fé incondicional. No Lula. No Mercadante. No Suplicy. E hoje vemos quão pouco santíssima é a trindade petista. Nessa Santa Ceia em que vemos à mesa convivas como Sarney e Renan Calheiros, não dá pra evitar a indigestão. Mas, confesso, num passado longínquo, tive fé. No comprometimento do partido com valores como ética, honestidade ou a prosaica vergonha na cara, tão fora de uso nesses últimos tempos.
Hoje, que nós que nos consideramos de esquerda já não temos opções partidárias realmente viáveis politicamente, só podemos lamentar sobre o voto derramado. E buscar em Maquiavel a resposta para a tamanha desfaçatez dos políticos em que votamos. O recente episódio do arquivamento do processo contra o senador José Sarney é apenas uma das inúmeras perfídias de que fomos vítimas como eleitores. O sucesso econômico do governo parece autorizar todo tipo de embuste.
Não tenho discutido política com as pessoas com quem encontro, mas, a julgar pelas conversas que tenho ouvido ultimamente, a população está mais preocupada com as infidelidades amorosas de Norminha do que com a perfídia de seus governantes.
Fonte: Ivete Batista
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