Começou a Festa da Boa Morte, em Cachoeira, a 110 kilômetros de Salvador. O evento acontece entre os dias 13 e 17 de agosto. Cerca de 15 mil turistas são esperados durante a festa, segundo Valmir Pereira, administrador da Casa da Boa Morte. Aproximadamente 500 afro americanos devem participar. Nos quatro tradicionais dias de festejos vão acontecer missas, procissões, samba de roda, vigílias noturnas e queima de fogos.
A Bahiatursa e a Secretaria do Turismo que apoiam o evento têm uma equipe especial cuidando dos detalhes da festa. Coral, filarmônicas, grupos de samba de roda, técnicos de som e luz, fogos, palco tudo está sendo preparado para que a festa seja um sucesso. O investimento do governo é de aproximadamente 80 mil reais. A presidente da Bahiatursa, Emília Silva, atribui o fluxo turístico a promoção internacional do Turismo Étnico, sobretudo nas cidades de Miami, Nova York, Filadélfia e Chicago e à conexão direta e diária que Salvador possui com Miami, via American Airlines.
História:
A Boa Morte, em Cachoeira é uma festa religiosa composta por procissões, missa, vigílias noturnas, ceias e samba de roda. As comemorações são realizadas, anualmente, entre os dias 13 e 17 de agosto. A Boa Morte é uma das manifestações mais representativas do sincretismo entre as religiões de matrizes africanas e o catolicismo.
A comemoração teve início na época da Abolição e preserva a cultura das descendentes de escravas africanas alforriadas. A Irmandade da Boa Morte, conhecida pela sua riqueza religiosa e cultural, passada de geração a geração, repete até hoje os tradicionais rituais cheios de mistério e simbolismo, mostrados nas roupas e jóias usadas pelas irmãs, na procissão da Assunção, no almoço oferecido na casa da Irmandade, e no samba de roda, que faz parte das obrigações ritualísticas da festa.
A devoção da Irmandade da Boa Morte teve início nas senzalas, onde os escravos se reuniam no fim do dia, depois de uma longa jornada de trabalho, para comer, dormir e rezar pelos que morreram na luta pela liberdade.
Durante esses encontros, as mulheres pediam o fim da escravidão e prometiam comemorar todo ano a Morte e a Assunção de Nossa Senhora. A tradição for preservada fielmente pelas irmãs, que tem a obrigação de realizar uma festa anual, para pagar a promessa feita por seus ancestrais e louvar a Virgem Maria.
A Irmandade da Boa Morte é uma sociedade exclusivamente feminina, formada por mulheres negras. Elas compartilham a mesma fé (candomblé), com o propósito de manter as raízes africanas, além de se dedicarem de corpo e alma à devoção de Nossa Senhora.
A direção da entidade é formada por quatro “Irmãs” responsáveis pela manutenção e pela organização da festa. O quadro da Irmandade, que já contou com a participação de cerca de 200 mulheres, reúne hoje 22 irmãs, provenientes de Cachoeira, São Félix, Muritiba e Maragojipe.
No sábado que antecede a festa, as componentes da Irmandade, vestidas de baianas, saem pela cidade pedindo donativos, este ritual é chamado de Esmola Geral.
No dia 13 de agosto, as irmãs vestidas de brancos saem em cortejo anunciando a morte de Nossa Senhora pelas principais ruas do centro histórico de Cachoeira. Após o cortejo há uma missa pelas almas das irmãs falecidas e mais tarde, na sede da Irmandade a chamada Ceia Branca, composta de pão, vinho, peixe e frutos do mar.
No dia 14 de agosto, é celebrada uma missa simbólica de Corpo Presente com
a imagem de Nossa Senhora da Boa Morte. Neste dia, as irmãs não usam jóias nem adornos, mas vestem suas melhores roupas: saia rodada, blusa branca e um pano negro e vermelho.
No dia 15 de agosto, logo ao amanhecer a cidade de Cachoeira é acordada por uma alvorada de fogos, Pela manhã, há uma missa festiva enaltecendo a Assunção da Virgem. Logo depois a procissão com as Irmãs trajadas a rigor percorre as principais ruas da cidade, acompanhada de filarmônicas. Segue-se o tradicional almoço oferecido pela Irmandade a todos os participantes. Às 18 horas começa o animado samba de roda no Largo d´Ajuda, que continua no dia 16. Ainda no Largo d´Ajuda, no dia 17, acontece o encerramento da festa com mais samba e uma cerimônia privativa das irmãs.
Passou a festa e o dinheiro não chegou a conta da Irmandade.
ResponderExcluirQuem cuida da festa é Celina Salla, Dida Salla e Valmir Pereira. A Bahiatursa ou qualquer outro órgão publico não participa da organização da festa.
Foi normal ver Cachoeiranos e turistas "vertendo Água" e outras necessidades fisiológicas nos becos, ruas e rio de Cachoeira por falta de sanitários químicos. As ruas por onde passaram as procissãos com carros estacionados dos dois lados dificultando a circulação da procissão e das pessoas que acompanhavam a Irmandade.
Quando será que a Secretaria de Turismo do Estado e a Prefeitura Municipal de Cachoeira vão se unir para organizar a cidade para a festa de Nossa Senhora da Boa Morte?
Que tiver juízo e competência que me responda com ações objetiva de organização para festa de 2010.
Acredito que a Irmandade não tem o menor interesse no aumento do numero de turistas em sua festa.
O aumento significa mais trabalho, mais comida e dificuldade circulação das procissões.
Os bares, pousadas, hotéis, restaurantes Cias de aviação e transportes terrestre, agencias de turismo... Todos faturam e nada chega para as Irmãs da Boa Morte. Que ficam “esmolando” tentando vender um cartaz ou objetos. para arrecadar um dinheirinho para si.
No Brasil é um dos grupos que tem a maior mídia local, estadual, nacional e internacional. Quanta gente aparece par estampar a cara nessa mídia indireta.
Inversamente proporciona o numero de pessoas que aparecem para ajudar seja de que forma for.
A festada Irmandade é essencialmente religiosa.
Não é uma festa de largo.
E que assim continue.
Respeito é bom e acho que a irmandade gosta.
Adenor Gondim
adenorgondim@hotmail.com