Hoje é o “Dia da Criança”, que é evento comemorado com presentes e programação variada para lazer da criançada. Independentemente do caráter festivo e das atividades sociais, trata-se de boa data para reflexão sobre a realidade do mundo infantil na Bahia e mais especificamente em Cachoeira.
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A data em si não se traduz em preocupação do poder público com a criança. Sua concepção data de 5 de novembro de 1924 por meio de um decreto do presidente Arthur Bernardes com base em proposta do deputado federal Galdino Valle Filho. Porém, sua explosão no campo comercial aconteceu em 1960, quando a fábrica de Brinquedos Estrela fez uma promoção conjunta com a Johnson & Johnson para o lançamento da “Semana do Bebê Robusto”.
Mesmo em se tratando de data mercantil para aquecimento sazonal das vendas varejistas e consequentemente do incremento da produção industrial setorizada, o Dia das Crianças merece reflexão e debates entre os indivíduos da comunidade.
Todos sabem que infelizmente a participação de adolescentes e crianças na criminalidade é acentuada, tanto por sua ação direta quanto indireta na cobertura ou planejamento dos crimes. Trata-se de tema extremamente delicado e que até mesmo sua abordagem tem limites impostos pela lei em defesa do chamado menor infrator.
Impedir que mais crianças entrem para o mundo do crime e lutar para afastar do mesmo as que nele caíram deve ser ação prioritária do governo em todas as suas esferas e do modo mais interativo possível com todo o conjunto social.
O desmoronamento de lares, as transformações sociais, o avanço das drogas sobre todas as camadas da população e a forma como o crime organizado age aliciando crianças formam o cenário ideal para a criminalização da criança e a prostituição de meninas na puberdade, para a quebra da harmonia social.
Cuiabá não pode ser mera testemunha da aniquilação de suas crianças. A cidade tem que se fazer presente em defesa de seus filhos mais frágeis e carentes. Não se resolve problema social de tamanha magnitude como a delinquência juvenil, a dependência das drogas, os assaltos e homicídios sem que haja participação coletiva.
A verdade é uma só. A população está numa perigosa encruzilhada: ou assume seu papel para reverter o cenário atual ou sucumbe junto aos que no desabrochar da vida foram enrodilhados pelo crime e que receberam do inconsciente coletivo a pecha de pequenos bandidos.
Ao invés de comemoração, A bahia e cachoeira precisa se despertar em defesa de suas crianças, sair das fazendas, chácaras e mansões e caminhar de mãos estendidas aos meninos e meninas separados do conjunto social por imaginário fosso impregnado de falsa moralidade.
Neste Dia das Crianças, reflita sobre seu papel social. Se você age em defesa dos meninos e meninas que foram jogados à margem da lei, ótimo. Se essa não é sua conduta, faça mea culpa e troque a inércia pela ação!
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