Durante trinta anos, Maria* manteve um
relacionamento com Gilson*, que já era casado. Certo dia, ela foi
deliberadamente abandonada por ele. Poderia ser mais uma história de
traição como tantas outras que se ouve falar, em segredo, todos os
dias. No entanto, o desfecho está distante do comum. Por conta de
problemas de saúde, Maria entrou com uma ação na Justiça para requerer
pensão alimentícia de Gilson. Por meio de documentos, ela conseguiu
comprovar que dependia financeiramente do amante. A ação obteve vitória
no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e, ao final da
história, a pensão a ser recebida por Maria foi fixada em 20% dos
rendimentos do réu. O caso que, até então, não passava de uma desavença
entre o homem e a amante, tomou grande proporção, chegou ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ) e será julgado hoje, às 14h, pela Quarta
Turma, em Brasília. Após o resultado, a decisão formará jurisprudência, a
ser seguida pelos tribunais do País. Caso seja aprovada, a decisão
garantirá que outros direitos, como a divisão de patrimônio - à qual,
hoje, a concubina só faz jus quando prova que contribuiu para a
aquisição dos móveis ou imóveis - deixarão de ser exclusivos da esposa
oficial. Nesses casos, o pagamento será feito ainda que o parceiro
continue casado. No entanto, a questão
ainda divide tribunais em todo o País: afinal, a concubina que mantém
relação estável com um homem casado com outra mulher pode receber dele
pensão alimentícia após a separação?
Nem todas
A advogada e especialista em direito da família Maria Bernadete Cunha, esclarece que a decisão não deve valer para qualquer relacionamento extraconjugal. "É preciso que se comprove um relacionamento estável.
A determinação não vale, por exemplo, para encontros furtivos e casuais que têm finalidades sexuais", disse. Para a especialista, na maioria das vezes é preciso que o relacionamento seja duradoudo, como forma de apontar traços que revelem uma relação familiar, ainda que não tenha sido oficializada.
"É comum que o homem se divida entre duas famílias constituídas e igualmente dependentes financeiramente dele. Nesse caso, é mais do que justo que a concubina tenha direitos iguais aos da esposa", opinou.
A advogada orientou que, para os casos de dependência financeira, a amante deve reunir provas de que recebia, de alguma forma, auxílio em dinheiro: "Cartões de crédito com dependentes, comprovantes de depósito, casa alugada em nome do homem e testemunhas são sinais exteriores que podem comprovar o tipo de relação vivida por aquele casal".
Para a titular da 18ª Defensoria Pública Especializada de Família e Sucessões de Salvador, Tatiane Franklin, a resolução deve ser válida igualmente nos tribunais de todo o País.
Para ela, é preciso que seja reconhecido o direito da concubina que possa comprovar uma relação que funcione como uma comunhão de vida. "Em muitos casos, o homem está separado, de fato, da esposa, não procurou oficializar o divórcio, porém já mantém um 'casamento'", disse
A advogada e especialista em direito da família Maria Bernadete Cunha, esclarece que a decisão não deve valer para qualquer relacionamento extraconjugal. "É preciso que se comprove um relacionamento estável.
A determinação não vale, por exemplo, para encontros furtivos e casuais que têm finalidades sexuais", disse. Para a especialista, na maioria das vezes é preciso que o relacionamento seja duradoudo, como forma de apontar traços que revelem uma relação familiar, ainda que não tenha sido oficializada.
"É comum que o homem se divida entre duas famílias constituídas e igualmente dependentes financeiramente dele. Nesse caso, é mais do que justo que a concubina tenha direitos iguais aos da esposa", opinou.
A advogada orientou que, para os casos de dependência financeira, a amante deve reunir provas de que recebia, de alguma forma, auxílio em dinheiro: "Cartões de crédito com dependentes, comprovantes de depósito, casa alugada em nome do homem e testemunhas são sinais exteriores que podem comprovar o tipo de relação vivida por aquele casal".
Para a titular da 18ª Defensoria Pública Especializada de Família e Sucessões de Salvador, Tatiane Franklin, a resolução deve ser válida igualmente nos tribunais de todo o País.
Para ela, é preciso que seja reconhecido o direito da concubina que possa comprovar uma relação que funcione como uma comunhão de vida. "Em muitos casos, o homem está separado, de fato, da esposa, não procurou oficializar o divórcio, porém já mantém um 'casamento'", disse
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