“Era uma coisa natural. Não foi revolta. Eu sempre me senti mulher”.
Essa é a definição que a transexual Beatriz Marques Trindade Campos, de
19 anos, faz de sim mesma. Ela vê com naturalidade a sua condição sexual
e diz que não é uma questão de orientação sexual, mas sim, de
identidade de gênero.
Beatriz foi uma das duas transexuais entrevistadas pelo G1 no
domingo (27) que tiveram que enfrentar um contrangimento para fazer a
prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no último fim de semana. O
examinador desconfiou que a mulher que ia entrar em sala não fosse a
mesma pessoa do documento com nome masculino. Beatriz diz que prefere
não revelar o nome que consta no registro.
Tímida, a moça que mora em Sete Lagoas,
a 74 quilômetros de Belo Horizonte, faz o 2º período de direito no
Centro Universitário de Sete Lagoas (Unifemm), mas tem planos de morar
em Belo Horizonte a partir do próximo ano.
Ela diz que quer se envolver com mais afinco aos movimentos LGBTs
(lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros). “Na verdade, os movimentos
são GGG". Beatriz critica a ênfase nos direitos dos gays, deixando os
transexuais muitas vezes de fora. "A letra 'T' deveria ser desmembrada
da sigla e ter vida própria”, completa.
Com relação à carreira profissional, Beatriz conta que, por estar no
início do curso, ainda não sabe qual a área do direito quer atuar.
Certeza mesmo ela tem em relação à sua condição sexual. “Eu sou uma
mulher transexual”.
Além desse objetivo, Beatriz também quer “dar um gás” no tratamento que
faz para readequação sexual. “Aqui [Sete Lagoas] é uma cidade pequena.
Esse é um dos motivos que também quero eu ir para Belo Horizonte”.
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