Os policiais militares Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos, e Andréia
Regina Bovo Pesseghini, de 36 anos, foram os primeiros a serem
assassinados na Vila Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo,
informou o SPTV nesta quarta-feira (7) citando um laudo preliminar da
perícia. O filho do casal, Marcelo Pesseghini, de 13 anos, é suspeito de
cometer os crimes e depois se matar nesta segunda-feira (5).
Os exames apontam a sequência de mortes na residência na Rua Dom
Sebastião. Primeiro morreu o pai do jovem, que trabalhava na Rota,
depois a mãe e, em seguida, a avó dele, Benedita de Oliveira Bovo, de 67
anos, e a tia-avó, Bernadete Oliveira da Silva, de 55 anos.
As duas últimas vítimas moravam em outra casa no mesmo terreno. O SPTV
informou ainda que a avó e a tia-avó do garoto tomavam remédios fortes
para dormir, por isso não devem ter percebido a aproximação do
adolescente. Os medicamentos foram encontrados pela polícia ao lado da
cama das vítimas.
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A perícia da Polícia Técnico-Científica também mostrou que todos os
tiros saíram da mesma arma, uma pistola .40 que pertencia a Andréia. Ele
utilizou a mesma pistola para se matar, segundo os peritos. A arma
estava na mão do garoto, que estava com o dedo no gatilho.
Segundo a investigação, as pegadas do adolescente na casa mostram que,
depois que volta da escola, ele vai até a mãe já morta, passa a mão no
cabelo dela e depois se mata. Foram encontrados fios de cabelo que
seriam da policial militar entre os dedos do filho.
Mais exames
Os exames realizados no veículo da família encontraram um par de luvas no banco de trás. As peças foram mandadas para análise, que vai mostrar se havia vestígios de pólvora. O carro, segundo a polícia, foi usado por Marcelo após o crime para ir até a escola, que fica a cerca de 5 km do imóvel onde ocorreram os assassinatos.
Os exames realizados no veículo da família encontraram um par de luvas no banco de trás. As peças foram mandadas para análise, que vai mostrar se havia vestígios de pólvora. O carro, segundo a polícia, foi usado por Marcelo após o crime para ir até a escola, que fica a cerca de 5 km do imóvel onde ocorreram os assassinatos.
As informações foram divulgadas na manhã desta quarta-feira (7) pelo
delegado Itagiba Franco, da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa
(DHPP). O exame nas luvas será mais uma ferramenta para indicar a
autoria do crime, já que o exame residuográfico feito na mão de Marcelo
deu negativo para vestígios de pólvora.
A polícia acredita que Marcelo matou os familiares entre a noite de
domingo (4) e a madrugada de segunda (5). Em seguida, dirigiu o veículo
Classic também da mãe até a escola, estacionou por volta da 1h15 de
segunda-feira e ficou por cinco horas no veiculo, saindo para a aula às
6h30. Câmeras de segurança mostram ele se dirigindo ao colégio.
Segundo Franco, na segunda perícia feita na casa na noite desta
terça-feira (6) foram recolhidas novas armas. "Foram encontradas duas
armas que pertenciam ao policial e que estavam guardadas na casa". Além
dessas duas novas armas, já haviam sido apreendidas a pistola .40, que
pertencia à policial militar, e uma outra arma que era de um avô de
Marcelo.
Depoimentos
O delegado afirmou que novos depoimentos são esperados nesta quarta-feira no DHPP, no Centro de São Paulo, mas não informou quem foi convocado pela Polícia Civil.
O delegado afirmou que novos depoimentos são esperados nesta quarta-feira no DHPP, no Centro de São Paulo, mas não informou quem foi convocado pela Polícia Civil.
Nesta terça-feira, Franco havia dito que um amigo de escola, cujo nome
não foi revelado, contou em depoimento à polícia que o garoto Marcelo
Pesseghini, de 13 anos, já tinha manifestado o desejo de matar os pais e
que queria ser "matador de aluguel".
"Esse amigo (do Marcelo) nos disse hoje: 'desejo manifestado pelo
Marcelo: ele sempre me chamou para fugir de casa para ser um matador de
aluguel. Ele tinha o plano de matar os pais durante a noite, quando
ninguém soubesse, e fugir com o carro dos pais e morar em um local
abandonado'", relatou Franco.
Diante das evidências obtidas pela polícia nesta terça-feira, o
delegado afirmou que tudo "leva a crer que o Marcelo matou os pais" e os
parentes. "Ele já tinha esse desejo que, na minha opinião, veio a
concretizar. Foi uma tragédia familiar. De uma forma silenciosa, ele
vinha se preparando para alguma coisa", completou.
De acordo com o delegado do DHPP, havia uma dúvida ainda em relação a
quem havia estacionado o carro da cabo Andréia Regina Bovo Pesseghini em
frente à escola onde Marcelo estudava, na manhã de segunda-feira. "Quem
teria tirado o carro de lá? Qual a razão desse carro estar na
proximidade da escola do garoto? A chave (do carro) ainda não havia sido
encontrada. De início, nós acreditávamos que um garoto de 13 anos não
teria condições de tirá-lo de lá. Mas um perito me informou que a chave
estava no bolso da jaqueta do menino que estava na sala. Tudo vai se
encaixando", disse.
Segundo Itagiba Franco, a imagem de uma câmera que fica próxima ao
ponto onde o carro da família foi estacionado mostra que um jovem desce
do banco do motorista e atravessa a rua. O amigo de escola teria
reconhecido Marcelo como a pessoa que aparece nas imagens. Ainda de
acordo com as investigações, o estudante comentou com uma professora do
colégio que já tinha dirigido um buggy uma vez.
Uma das professoras de Marcelo relatou à polícia que teve uma conversa
com o menino, onde foi indagada por ele se ela já havia dirigido um
carro e se ela já havia atingido, de alguma forma, os pais. "Ela achou
estranho aquela conversa, mas respondeu de uma forma, assim,
profissional, e manteve aquela linha de raciocínio."
O pai do melhor amigo de Marcelo informou que deu carona ao menino na
volta da escola. O suspeito, então, teria pedido para o homem parar o
carro para ele ir até o Corsa prata da mãe, que já estava estacionado
próximo à escola.
"Ele saiu do banco do carona, se dirigiu até lá, abriu o carro, pegou
alguma coisa, voltou, entrou e foi até a casa dele. Na casa, o pai do
amigo teria perguntado a ele queria que buzinasse, alguma coisa assim. O
menino disse que não, porque os pais, a avó e a tia-avó estariam
dormindo. Então, ele procurou descartar qualquer tipo de aproximação de
estranhos da casa", relatou o delegado.
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