quinta-feira, 31 de maio de 2012
Tiririca Fala
Uma entrevista leve e que mostra além do lado palhaço do personagem Tirirca, foi divulgada no do jornal Estadão desta quita-feira (31). Na publicação, assinada por Clara Becker, Francisco Everardo Oliveira Silva falou sobre a rotina no Congresso e não mediu os adjetivos para definir o cenário político do país. “Não levo o menor jeito para a coisa. Já entendi como funciona, não sou bobo, mas não gosto desse jogo de interesses. Certos caras brigam na frente das câmeras e depois se abraçam. Eu não consigo ser falso assim. E aqui a sinceridade não é muito bem-vinda”, disse à jornalista do Estadão.
"É difícil passar o dia inteiro trancado no Congresso, o pior é que tem dia que nem votar a gente consegue. Um partido não quer, a ordem do dia entra em obstrução e cai a porra toda. No início não entendia por que não podíamos sair votando tudo logo, se a gente votasse direito dava para fazer muita coisa”, disse. “Eu achava que ninguém fazia nada, mas que eu ia conseguir fazer muita coisa por causa da minha votação. Não tem como, o sistema é muito engessado. Eu te digo o que um deputado federal faz: trabalha muito e produz pouco”, completou, revelando intimidade com o jargão parlamentar.
Tiririca mora num apartamento funcional de quatro quartos, na Asa Sul, em Brasília. Não mexeu na decoração de móveis padronizados em tons de bege fornecidos pela Câmara. A enorme televisão tela plana e um videogame foram suas únicas aquisições. Pequenos quadrinhos de
flores nas paredes da sala, colocados por sua mulher, a atriz Nana Magalhães, dão um toque mais pessoal ao ambiente.
A primeira coisa que Tiririca fez ao chegar em casa foi se livrar do paletó de veludo cáqui, da camisa pólo roxa, da gravata verde, da calça jeans e dos sapatos de bico fino imitando couro de crocodilo, que usa sem meias. “Mas você vai sair de casa assim, pai?”, costumam perguntar seus filhos adolescentes. “Comprei uma porrada de ternos de 8 mil, 9 mil reais, só Armani e Hugo Boss. Mas não era o meu estilo. Não é porque virei deputado que tenho que mudar quem eu sou. Hoje me visto do meu jeito e as pessoas respeitam”, disse o deputado.
Antes de voltar a se vestir como gosta, Tiririca se informou sobre as regras da Casa. Apenas paletó e gravata são obrigatórios – peças que sempre usa. A camisa e a calça sociais foram substituídas por camisetasde manga curta, que coloca para fora da calça, e jeans, em geral bem justo. Tiririca voltou para a sala vestindo camiseta, short e chinelos. Sentou-se no sofá e perguntou pela filha mais nova, Nanda Kauanny, seu xodó de 2 anos. A menina, serelepe, veio correndo para o colo do pai, que a beijou e abraçou, e depois a jogou para o alto, chamando-a de “minha pretinha”. Nana pedira pizza com guaraná para o jantar. Nessa noite assistiriam ao filme O Palhaço, dirigido e estrelado por Selton Mello. “Olha lá o palhaço, filhinha, que nem o papai”, disse Tiririca para Nanda, que girava ao redor da mesa.
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