terça-feira, 22 de maio de 2012

Racismo

Um vídeo pubicado no YouTube no último dia 10 de maio no qual uma repórter Mirella Cunha da rede Bandeirantes da Bahia debocha de um jovem acusado de estupro vem causando reações de repúdio entre internautas. Na entrevista, que foi ao ar no programa Brasil Urgente, a repórter questiona o jovem em uma delegacia. Ele nega ter cometido o estupro. Chega a chorar e se diz disposto a fazer um exame de próstata para provar sua inocência. "Pode fazer exame de strópa nela e ni mim (sic)", diz na gravação. A repórter pede oito vezes pra ele repetir o nome do exame. Em todas o acusado se atrapalha para falar a palavra próstata. "Você gosta? Já fez?", pergunta ela rindo. "Não fiz não, tá doido", responde ele. O vídeo, que tinha quase 400 mil visualizações até o final da tarde desta terça-feira, mobilizou grupos na internet repudiando o comportamento da repórter. Um perfil criado no Facebook chamado "Fora Mirella Cunha" já apresentava quase mil adesões. A rede Bandeirantes, por meio de sua assessoria de imprensa, divulgou uma nota a respeito do caso. "A Band vai tomar todas as medidas disciplinares necessárias. A postura da repórter fere o código de ética do jornalismo da emissora". De acordo com a presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia e vice-presidente da região Nordeste da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a postura da repórter é uma constante em programas como o Brasil Urgente. "A gente briga há muito tempo contra esses programas sensacionalistas. Já foi feito um termo de conduta no Ministério Público contra a exposição das pessoas que são presas, principalmente as pessoas negras e pobres", afirmou Marjorie Moura. A dirigente destacou que as entidades devem emitir uma nota de repúdio à profissional. Até as 19h10min, a Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia não soube informar a delegacia onde se deu a entrevista. Sobre os procedimentos que regulamentam a atividade jornalística nesses locais, cabe aos delegados a decisão de conceder autorização para que os acusados deixem suas celas para serem entrevistados pela imprensa. UNEGRO Revolta na internet Segundo o portal Unegro (União dos Negros pela Igualdade), quando a repórter ri dele "gostar" de fazer o exame de próstata "demonstra preconceito homofóbico" e reforça um "preconceito machista que tem dificultado a ação preventiva contra o câncer de próstata". O portal ainda acusa a a reportagem de racismo e exige providências imediatas da emissora. O texto pode ser lido aqui. Para o editor da revista Fórum, que postou o vídeo da reportagem no Blog do Rovai, a repórter "julga-o [jovem] antes da Justiça, humilha-o por conta de sua ignorância em relação aos seus direitos e ao procedimento a se realizar num exame de corpo delito e acha isso tudo muito engraçado". O texto pode ser lido aqui. Segundo o texto do portal Jornalismo B, que pode ser lido aqui, Mirella torturou verbalmente o jovem acusado e a reportagem demonstra a "espetacularização da notícia, o circo dos horrores em rede nacional. Nada de notícia, nada de informação, nada de prestação de serviços, nada de interesse público". No Twitter, há alguns dias diversos usuários tem denominado a atitude de Mirella de "racista", "homofóbica", "elitista", "preconceituosa", "medíocre", entre outras coisas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário