domingo, 6 de maio de 2012

Esquema de Cachoeira fez lobby na Anvisa para liberar medicamentos

Diálogos interceptados pela Polícia Federal colocam no foco das investigações sobre a organização criminosa comandada pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), de acordo com informações divulgadas pelo Estadadão, neste sábado (05). Segundo a publicação, os grampos apontam que o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) fazia lobby no órgão para que o laboratório Vitapan, de Cachoeira, tivesse licenças de medicamentos e renovações. Cachoeira pede ajuda de Demóstenes para resolver demandas na Anvisa, de acordo com os diálogos gravados em abril de 2011. Eles combinam uma operação para cooptar o gerente geral de medicina da Anvisa, Norberto Rech. Os grampos indicam também que depois de uma suposta conversa entre o parlamentar e o servidor, em 13 de abril do ano passado, Cachoeira enviou emissários para uma reunião na agência. De acordo com o jornal, Cachoeira queria assegurar a renovação automática das liberações necessárias aos medicamentos dele. Já Demóstenes, conforme deixam claro os grampos, negociou uma “agenda programada” com Rech, então gerente-geral de Medicina. A intenção do esquema seria obter licenças facilmente e, na hora das renovações, poupar o laboratório de burocracia e exigências técnicas. Professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Norberto Rech foi levado pra Anvisa em 2005, com o patrocínio do senador Humberto Costa (PT-SP), atual ministro da Saúde. “Aquele... o Norberto... você teve com ele ontem pra olhar aqueles trem que eu te pedi?”, pergunta Cachoeira a Demóstenes em um dos cinco telefonemas sobre o assunto, interceptados em 14 de abril de 2011. O assessor nega ter feito qualquer ato de ofício para favorecer os negócios do Cachoeira. Agora, a oposição quer convocá-lo para prestar depoimento na CPI do Cachoeira e pediu que a Anvisa faça sindicância para verificar se o gerente facilitou a tramitação das demandas do bicheiro.

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