Coligado: "Eu também quero ser prefeito"

Como cidadão que preenche todos os requisitos que a Lei estabelece para candidatura ao cargo de Prefeito de Cachoeira, eu também vou me candidatar. E, eleito, decretarei imediatamente:

I) A expulsão, de uma vez por todas, da imagem dos televisores, de todos os indivíduos horrivelmente pintados, com dentes falsos ridiculamente expostos, de mau humor e caráter idem;
II) Que não serão convidados, para minha cerimônia de posse, mãe, pai, parentes próximos ou distantes, para não ter que exibir a conhecida expressão orgulhosa, de imensa vaidade mal disfarçada, como se falasse: “Veja onde chegou aquele menino que fazia xixi na cama e tinha medo do escuro”;
III) A proibição de tapinhas nas costas, gritos de “já ganhou”, abraços de urso e lágrimas de crocodilo, pois sempre vêm acompanhados de mau hálito, de perdigotos e de propostas indecentes:
lV) A proibição sistemática de distribuição de títulos honoríficos, comendas, medalhas, etc., a quem quer que seja. Essas honrarias só serão concedidas a pessoas que se submeterem à provação popular, ao detector de mentiras, e um outro atestado comprovando que o candidato à distinção não roubava, quando criança, no jogo de bolinha de gude.
V) Exclusão do vocabulário político, de expressões do tipo: “você é o melhor”, “eu sempre estive ao seu lado”, “pode contar sempre comigo”, porque são tão verdadeiras como dia 32 de dezembro.