sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Deputado denuncia governo Wagner


O deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB) usou a tribuna da Câmara, na tarde desta quinta-feira (1), para criticar a “onda” de violência na Bahia e denunciar que o governo Wagner fez uma manobra política para desviar a finalidade de um financiamento tomando junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Durante o pronunciamento, o tucano usou como “pano de fundo” os recentes ataques no sul do estado para lamentar os números da violência em toda a Bahia. “Em Feira de Santana, 345 pessoas foram mortas até agora só este ano. Em Valença, os índices de criminalidade cresceram 600%. Em Itabuna, em 2011, foram registrados 114 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Em Salvador, na capital, 1407 pessoas foram mortas até o final de novembro, o que dá uma média de um assassinato a cada 4 horas. Sem contar a recente onda de violência que tomou conta de Porto Seguro”.

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Logo em seguida, Imbassahy denunciou que, em 2008, o governo da Bahia contraiu um empréstimo de 409 milhões de dólares com a justificativa de reestruturar a dívida do estado. Mas, de acordo com o parlamentar, a finalidade foi alterada com outros fins. “O objetivo era promover ajustes financeiros, numa espécie de programa de equilíbrio fiscal. A redação, no entanto, foi modificada para financiar ações e investimentos do plano plurianual (PPA). Nesse pacote, inclui-se, inclusive, propaganda institucional”.

O ex-prefeito de Salvador aproveitou a oportunidade para protocolar três documentos na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Dois deles pedindo esclarecimentos sobre a natureza do financiamento aos ministérios da Fazenda e do Planejamento e outro alertando ao BID sobre a mudança do perfil do empréstimo. “Peço esclarecimentos aos órgãos de fiscalização para que os baianos não continuem sendo enganados. Parte desse dinheiro podia ser investida em Segurança Pública”.

No último dia 20 de setembro, o governo Wagner conseguiu liberação da Assembleia Legislativa para contrair um novo financiamento de 600 milhões de dólares. De acordo com o texto original, as verbas serão aplicadas da seguinte forma: U$ 540 mi em Gestão Urbana – obras que vão desde mobilidade urbana a estudos como o do Porto Sul – U$ 30 mi na Gestão Fiscal, onde o principal foco é o desenvolvimento de ferramentas de transparência e em Gestão Pública outros R$ 30 mi, esta fatia não foi comentada.

Resta saber se, desta vez, a finalidade será respeitada.

Foto: Agência Câmara

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