No Dia da Libertação da África, celebrado em 25 de maio, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, lançaram nesta segunda-feira (25), no Teatro Castro Alves, em Salvador, a terceira edição do Festival Mundial das Artes Negras (Fesman), que acontecerá, este ano, entre 1 e 14 de dezembro em Dakar, capital senegalesa.
O Brasil será o grande homenageado do evento por ser o segundo país com a maior população negra do mundo. Além disso, Lula, que esteve acompanhado pelo governador Jaques Wagner, também participou do lançamento do selo em homenagem à capoeira, que se tornou Patrimônio Imaterial do Brasil em julho do ano passado.
Durante o evento, Lula destacou que o anúncio do Fesman não poderia ser em outra cidade do país, já que Salvador é a capital mais negra do Brasil. “A África não está apenas na pele dos brasileiros, mas na alma de todos nós. Por isso, o governo federal estimulará a participação dos nossos artistas no festival. É uma maneira de homenagearmos um continente que ajudou o povo brasileiro a ser como somos: alegres, batalhadores e com alma grandiosa”, afirmou Lula.
Wade reconheceu as ações desenvolvidas pelo Brasil para estreitar o relacionamento com o continente africano e não poupou elogios ao presidente Lula. “O festival não será apenas uma festa musical e expressão artística, mas sim uma ocasião de demonstrar que os povos negros estão envolvidos numa cultura que ultrapassam a distância geográfica. Escolher o Brasil como homenageado não poderia ser diferente. Afinal, eu considero o presidente Lula como um dos maiores políticos dos últimos tempos e, além disso, aqui eu me sinto em casa”, afirmou o presidente senegalês.
O governador Jaques Wagner enfatizou a relevância do Fesman para festejar o fortalecimento da cultura negra. “O festival é muito mais do que um espetáculo. É uma celebração de povos para uma nova ordem que substitua a hegemonia e o imperialismo”, afirmou Wagner.
Com o tema Renascença dos Países Africanos, o Fesman evidenciará a união das políticas nacionais e a integração com as culturas dos países da região.
Mais de 80 nações devem participar do festival, que contou com uma prévia, durante o lançamento, com shows de Carlinhos Brown, Lazzo, Gilberto Gil e Margareth Menezes, entre outros. “O Festival é a celebração especial de todo o significado da África. E é muito importante que esse evento traga a consciência da reparação da África na Bahia e no Brasil”, declarou Brown, antes de subir ao palco.
O lançamento marca, ainda, a Semana da África na Bahia, que contará com uma programação especial até 31 de maio. Serão exibidos grupos de arte popular em diversas cidades baianas, como Paparutas, do município de São Francisco do Conde, Encourados de Pedrão e Marujada, de Saubara, Samba de Roda, do município de Santo Amaro, e cortejo dos Blocos Afros, em Salvador. Mais informações sobre a programação: www.palmares.gov.br.
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